Em um mês, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu 5,4 mil cabeças de gado e embargou 19 mil hectares de áreas de desmatamento ilegal na Amazônia. Os números são da Operação Disparada, deflagrada no fim de março para combater a pecuária ilegal na região, um dos principais vetores do desmatamento da floresta.
A operação atua em cinco frentes nos estados do Pará, Amazonas e de Mato Grosso. Além da apreensão de gado, tratores e equipamentos e do embargo de fazendas, o Ibama aplicou R$ 83 milhões em multas por crimes ambientais.quinta-feira, 28 de abril de 2011
Era um casa...
terça-feira, 26 de abril de 2011
O polêmico projeto do novo código Florestal
Um código para chamar de meu
Os parlamentares ruralistas têm, mesmo, motivo de sobra para empenhar até o último fio de cabelo em mudanças que põem abaixo o Código Florestal. Conforme noticiou nesta terça o jornal Correio Braziliense, pelo menos 15 deputados federais e três senadores da bancada ruralista seriam beneficiados com a alteração da lei. Multados pelo Ibama por crimes ambientais, eles teriam essa mancha apagada de suas fichas caso a proposta de seus pares seja aprovada.
As infrações dessa turma são, em sua maioria, relacionadas a desmatamento ilegal, que avançou sobre as reservas legais e Áreas de Preservação Permanente (APPs). Se botar na ponta do lápis, as derrubadas dos parlamentares chegam a mais de quatro mil hectares.
Na Câmara, o deputado federal Paulo Cesar Justo Quartiero (DEM-RR) é o campeão de autos de infração: são cinco os processos contra ele, que defendia com unhas e dentes os arrozeiros que haviam invadido a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em 2008. Já no Senado, quem leva a taça é o senador Ivo Cassol (PP-RO). Ex-governador de Rondônia, Cassol passou a motosserra em APPs e áreas de reserva legal.
Porta-voz do agronegócio e uma das maiores defensoras da derrubada do Código Florestal, a senadora Kátia Abreu também aparece na lista. Segundo o sistema do Ibama, ela tem no currículo um mandado de notificação e intimação e um auto de infração a responder.
Abaixo, os demais parlamentares que têm a ganhar com a mudança da nossa lei florestal:
Na Câmara
Augusto Coutinho (DEM-PE): uma notificação e dois autos de infração
Eduardo Gomes (PSDB-TO): dois autos de infração
Giovanni Queiroz (PDT-PA): dois autos de infração e uma notificação
Hélio Santos (PSDB-MA): um auto de infração
Iracema Portella (PP-PI): um auto de infração
Júnior Coimbra (PMDB-TO): dois autos de infração
Lira Maia (DEM-PA): um auto de infração
Márcio Bittar (PSDB-AC): um auto de infração
Marcos Medrado (PDT-BA): dois autos de infração
Moreira Mendes (PPS-RO): um auto de infração
Nelson Marchezelli (PTB-SP): um auto de infração
Paulo César Quartiero (DEM-RR): cinco autos de infração
Raul Lima (PP-RR): um auto de infração
Reinaldo Azambuja (PSDB-MS): um auto de infração
Sandro Mabel (PR-GO): um auto de infração e uma notificação
No Senado
Ivo Cassol (PP-RO): quatro autos de infração
Kátia Abreu (TO, recém-saída do DEM): um auto de infração
Renan Calheiros (PMDB-AL): um auto de infração
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Este era o maior lixão do mundo
Localizado em Nova York o lixão de Fresh Kills foi considerado o maior do mundo. Desde 1948 o local tinha mais de 150 milhões de toneladas de detritos, só de escombros do Wold Trade Center o lixão recebeu 2 milhões de toneladas. Desde o fechamento em 2001 os moradores da localidade vem acompanhando a mudança de paisagem, transformar o maior lixão do mundo em parque. Desta forma Nova York mostra ao mundo que sim é possível recuperar áreas degradadas. O parque que recebeu tecnologia de ponta aliada a engenharia e paisagismo tem 890 hectares e previsão de abertura para o final de 2011.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Com quase 800 espécies, Madeira é rio com mais peixes no mundo
Depois de vasculhar 1.700 quilômetros do Madeira e de seus afluentes durante dois anos, um grupo de pesquisadores bateu o martelo. Trata-se do rio com o maior número de espécies de peixes do mundo: cerca de 800.
Dessas, umas 40 equivalem a espécies ainda desconhecidas da ciência, disse à Folha a pesquisadora Carolina Dória, coordenadora do Laboratório de Ictiologia e Pesca da Unir (Universidade Federal de Rondônia).
Dória e seus colegas estão realizando o levantamento há dois anos, como parte das contrapartidas ambientais para a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, nos arredores de Porto Velho (o rio Madeira corta a capital de Rondônia).
O gigantismo da obra tocada pela empresa Santo Antônio Energia permitiu um financiamento invejável para o estudo: R$ 6 milhões, usados para bancar uma equipe de quase 70 pessoas.
Lambaris e bagres - Com o novo inventário, a quantidade de espécies registradas para o Madeira e seus tributários dobrou. Quase todas as espécies novas ainda precisam passar pelo processo formal de descrição e “batismo” com nomes científicos em latim.
Predominam as diversas formas de lambaris, piabas e cascudos. Mas há também grandes e vistosas arraias, peixes ornamentais, como os acarás, e esquisitos peixes elétricos das profundezas.
Para obter amostras dos vários tipos de ambiente fluvial, a equipe empregou puçás (peneiras para capturar peixes pequenos), redes de arrasto e as chamadas “trawl nets”, redes que varrem a parte mais funda do rio.
Além de realizar o mapeamento de espécies, os pesquisadores também identificaram os locais de desova dos principais peixes de interesse comercial da região, como a dourada e o filhote, o que deve ajudar em ações de conservação e planejamento de pesca no Madeira.
Embora o consumo de peixe seja elevado entre as populações que vivem perto do rio, não há pesca industrial.
Para Paulo Buckup, ictiólogo do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que não esteve envolvido com a pesquisa, o número de 800 espécies “parece razoável”, mas os dados deveriam ser comparados a outros lugares, como o rio Solimões, na fronteira do Brasil com o Peru.
Outros fortes candidatos a campeões mundiais de diversidade de peixes são o Xingu, o Tapajós e o Tocantins, diz Buckup – todos contam em torno de 500 espécies, pelo menos. A posição desses rios no pódio também depende da intensidade e da amplitude da amostragem neles.
Como esforços tão intensos quanto o da equipe da Unir no Madeira ainda não foram feitos para outros rios amazônicos, a posição de campeão pode mudar.
Corredeiras - Segundo os autores do levantamento, uma das surpresas foi a baixa quantidade de espécies endêmicas (ou seja, exclusivas de um determinado lugar) nos chamados pedrais do Madeira.
São áreas de corredeiras, onde é comum haver muitos tipos únicos de peixes, adaptados à forte correnteza e ao fundo de pedras (para isso, dispõem de artifícios como órgãos adesivos, corpo achatado e nadadeiras especiais).
Como essas áreas são destruídas pela barragem das hidrelétricas, a perda das espécies endêmicas é uma das principais críticas à construção das usinas no Madeira e do possível empreendimento de Belo Monte, no Xingu.
Willian Ohara, colega de Dória, argumenta que o baixo endemismo no Madeira teria, em parte, a ver com o fato de que as cachoeiras ali não são grandes o suficiente para isolar populações de peixes, impedindo que elas se separassem e acabassem formando novas espécies.
Além disso, diz Ohara, a diversidade de peixes dos pedrais é favorecida em rios de águas claras, onde a luz penetra o suficiente para o crescimento de plantas aquáticas que servem de alimento. Esse não seria o caso do Madeira.
Buckup se diz cético quanto a isso. Para ele, é muito difícil coletar bem as espécies dos pedrais, em especial as que ficam coladas às rochas, o que causaria a falsa impressão de baixa diversidade. (Fonte: Reinaldo José Lopes/ Folha.com)