Na fauna amazônica, existem cem espécies detectadas de primatas,
sendo que, pelo menos, 15 correm perigo de extinção. Para combater esse
problema, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) tem
trabalhado em parceria com outras instituições na tentativa de
conscientizar a população e fazer estudos precisos sobre o problema.
De acordo com o pesquisador do Inpa, Wilson Spironello, o principal
inimigo das espécies é o desmatamento, sobretudo de macacos menores como
o sauim-de-coleira, que habita regiões próximas à Manaus. “Existe uma
distribuição mais restrita. Essa espécie habita um espaço com maior foco
de ocupação humana”, afirma.
Desde o ano passado, o Inpa participa do Plano de Ação Nacional Para a
Conservação do Sauim-de-Coleira. Spironello explica que o programa tem o
objetivo de realizar um levantamento a respeito do número exato de
representantes dessa espécie na floresta amazônica e estabelecer
estratégias para preservar o animal. “Não temos um projeto fechado na
instituição, até porque não contamos com muitos pesquisadores que
trabalhem exclusivamente com primatas. É uma área muito carente”,
reconhece. “Contudo, temos pesquisas independentes onde estudamos e
monitoramos alimentação, ecologia dos animais, como se comportam em
ambientes fragmentados, entre outros.”, acrescenta.
No caso do estudo do sauim-de-coleira, o Inpa é parceiro do Instituto
Chico Mendes (ICMBIO), assim como a Universidade Federal do Amazonas
(Ufam), Ministério da Ciência e Tecnologia e Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros.
“Quando você quer ter um foco em uma espécie o ideal é apresentar uma
proposta para órgãos que a financiem”, destaca.
Um dos pontos que o pesquisador e especialista em primatas ressalta é
a grande diversidade que a espécie apresenta na Amazônia. Os pesos, por
exemplo, podem ser diversos – de 130 g até 12 kg. O peso do macaco,
inclusive, é um fator importante. Primatas maiores podem ser eliminados
mais rápido pela facilidade da caça. “Um exemplo é macaco barrigudo. É o
maior da Amazônia, chegando a 12 kg. Já o macaco-aranha pesa de 7 a 10
kg. Esses animais precisam de ambientes bem conservados e, de
preferência, distantes da civilização. O ideal é que vivam em florestas
mais altas, onde não há o risco de serem caçados”, frisa Spironello.
A alimentação diversificada também é uma marca dos primatas. Enquanto
o macaco-aranha e o barrigudo comem frutas e sementes, o sauim (que
pesa em torno de 500g) se alimenta de insetos. “O guariba, que é um dos
mais comuns em Manaus, vive com frutos, mas também come uma boa
porcentagem de folhas. Mesmo sobrevivendo em um mesmo ambiente, nem
todas as espécies se alimentam da mesma maneira”, acrescenta o
pesquisador. (Fonte: G1)
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