Fonte: Instituto Socioambiental
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Instituto Socioambiental divulga nota em resposta à Veja
Fonte: Instituto Socioambiental
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Google mostra deflorestação da Amazônia
O Google lançou hoje um uma página especial do Google Earth que mostra as transformações que a Terra sofreu nos últimos trinta anos. Em destaque está a deflorestação da Amazônia.
O projeto Earthengine utiliza uma compilação de imagens captadas pelos satélites da agência espacial norte-americana, a NASA, e compilados pela U.S. Geological Survey (USGS) e pela primeira vez transforma-os numa experiênca interativa. O projeto que faz parte do Google Earth e nele são disponibilizadas imagens da transformação do planeta Terra.
Desde o degelo da geleira (glaciar) Columbia, no Alaska, à redução da superfície do mar Aral, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, passando pelo aumento da costa do Dubai, com as ilhas palmeira ou o crescimento da cidade de Los Angeles.
As imagens interativas foram feitas a partir de milhões de imagens de satélite recolhidas nos últimos 30 anos (nomeadamente entre 1984 e 2012) e a equipa do Google Earth precisou de quatro anos para completar o trabalho.
“Começámos a trabalhar com o USGS em 2009 para tornar disponível online este arquivo histórico de imagens da terra. Usando a tecnologia do motor Google Earth, que vasculharam 2.068.467 imagens em um total de 909 terabytes de dados para encontrar os pixels da mais alta qualidade (por exemplo, aqueles sem nuvens), para todos os anos desde 1984 e para cada ponto na Terra. Em seguida, foram compilados em enormes imagens planetárias, de 1,678 terapixels cada, um para cada ano”, afirma Rebecca Moore, engenheira do Google Earth, no blog oficial do Google.
Confira aqui a deflorestação da Amazónia.
Fonte: Jorge Montez / Tech&Net
terça-feira, 10 de abril de 2012
Michael Löwy critica Rio+20 e a propaganda da 'economia verde'
Caros Amigos - O que você espera da Rio+20, tanto do ponto de vista das discussões quanto da eficácia de possíveis decisões tomadas?
Michael Löwy - Nada! Ou, para ser caridoso, muito pouco, pouquíssimo… As discussões já estão formatadas pelo tal "Draft Zero", que como bem diz (involuntariamente) seu nome, é uma nulidade, um zero à esquerda. E a eficácia, nenhuma, já que não haverá nada de concreto como obrigação internacional. Como nas conferências internacionais sobre o câmbio climático em Copenhagen, Cancun e Durban, o mais provável é que a montanha vai parir um rato: vagas promessas, discursos, e, sobretudo, bons negócios 'verdes". Como dizia Ban-Ki-Moon, o secretário das Nações Unidas - que não tem nada de revolucionário – em setembro 2009, "estamos com o pé colado no acelerador e nos precipitamos ao abismo”. Discussões e iniciativas interessantes existirão sobretudo nos fóruns Alternativos, na Contra-Conferência organizada pelo Fórum Social Mundial e pelos movimentos sociais e ecológicos.
CA - Desde a Eco 92, houve mudanças na maneira como os estados lidam com temas como mudanças climáticas, preservação das florestas, água e ar, fontes energéticas alternativas, etc.? Se sim, o quão profundas foram essas mudanças?
ML - Mudanças muito superficiais! Enquanto a crise ecológica se agrava, os governos - para começar o dos Estados Unidos e dos demais países industrializados do Norte, principais responsáveis do desastre ambiental - "lidaram com o tema", desenvolveram, em pequena escala, fontes energéticas alternativas, e introduziram "mecanismos de mercado" perfeitamente ineficazes para controlar as emissões de CO2. No fundo, continua o famoso "buzines as usual", que, segundo cálculo dos cientistas, nos levara a temperaturas de 4° ou mais graus nas próximas décadas.
CA - Em comparação a 1992, a sociedade está muito mais ciente da necessidade de proteção do meio ambiente. Esse fato poderá influir positivamente nas discussões da Rio+20?
ML - Esta sim é uma mudança positiva! A opinião pública, a "sociedade civil", amplos setores da população, tanto no Norte como no Sul, está cada vez mais consciente de necessidade de proteger o meio ambiente - não para "salvar a Terra" - nosso planeta não está em perigo - mas para salvar a vida humana (e a de muitas outras espécies) nesta Terra. Infelizmente, os governos, empresas e instituições financeiras internacionais representados no Rio+20 são pouco sensíveis à inquietude da população, que buscam tranquilizar com discursos sobre a pretensa "economia verde". Entre as poucas exceções, o governo boliviano de Evo Morales.
CA - Como a destruição do meio-ambiente relaciona-se com a desigualdade social?
ML - As primeiras vítimas dos desastres ecológicos são as camadas sociais exploradas e oprimidas, os povos do Sul e em particular as comunidades indígenas e camponesas que vêem suas terras, suas florestas e seus rios poluídos, envenenados e devastados pelas multinacionais do petróleo e das minas, ou pelo agronegócio da soja, do óleo de palma e do gado. Há alguns anos, Lawrence Summers, economista americano, num informe interno para o Banco Mundial, explicava que era lógico, do ponto de vista de uma economia racional, enviar as produções tóxicas e poluidoras para os países pobres, onde a vida humana tem um preço bem inferior: simples questão de cálculo de perdas e lucros.
Por outro lado, o mesmo sistema econômico e social - temos que chamá-lo por seu nome e apelido: o capitalismo – que destrói o meio-ambiente é responsável pelas brutais desigualdades sociais entre a oligarquia financeira dominante e a massa do "pobretariado". São os dois lados da mesma moeda, expressão de um sistema que não pode existir sem expansão ao infinito, sem acumulação ilimitada - e portanto sem devastar a natureza – e sem produzir e reproduzir a desigualdade entre explorados e exploradores.
CA - Estamos em meio a uma crise do capital. Quais as suas consequências ambientais e qual o papel do ecossocialismo nesse contexto?
ML - A crise financeira internacional tem servido de pretexto aos vários governos ao serviço do sistema de empurrar para "mais tarde" as medidas urgentes necessárias para limitar as emissões de gases com efeito de serra. A urgência do momento - um momento que já dura há alguns anos - é salvar os bancos, pagar a dívida externa (aos mesmos bancos), "restabelecer os equilíbrio contábeis", "reduzir as despesas públicas". Não há dinheiro disponível para investir nas energias alternativas ou para desenvolver os transportes coletivos.
O ecossocialismo é uma resposta radical tanto à crise financeira, quanto à crise ecológica. Ambas são a expressão de um processo mais profundo: a crise do paradigma da civilização capitalista industrial moderna. A alternativa ecossocialista significa que os grandes meios de produção e de crédito são expropriados e colocados a serviço da população. As decisões sobre a produção e o consumo não serão mais tomadas por banqueiros, managers de multinacionais, donos de poços de petróleo e gerentes de supermercados, mas pela própria população, depois de um debate democrático, em função de dois critérios fundamentais: a produção de valores de uso para satisfazer as necessidades sociais e a preservação do meio ambiente.
CA - O “rascunho zero” da Rio+20 cita diversas vezes o termo "economia verde", mas não traz uma definição para essa expressão. Na sua opinião, o que esse termo pode significar? Seria esse conceito suficiente para deter a destruição do planeta e as mudanças climáticas?
ML - Não é por acaso que os redatores do tal "rascunho" preferem deixar o termo sem definição, bastante vago. A verdade é que não existe “economia” em geral: ou se trata de uma economia capitalista, ou de uma economia não-capitalista. No caso, a "economia verde" do rascunho não é outra coisa do que uma economia capitalista de mercado que busca traduzir em termos de lucro e rentabilidade algumas propostas técnicas "verdes" bastante limitadas. Claro, tanto melhor se alguma empresa trata de desenvolver a energia eólica ou fotovoltaica, mas isto não trará modificações substanciais se não for amplamente subvencionado pelos estados, desviando fundos que agora servem à indústria nuclear, e se não for acompanhado de drásticas reduções no consumo das energias fósseis. Mas nada disto é possível sem romper com a lógica de competição mercantil e rentabilidade do capital. Outras propostas "técnicas" são bem piores: por exemplo, os famigerados "biocombustíveis", que como bem o diz Frei Betto, deveriam ser chamados "necrocombustiveis", pois tratam de utilizar os solos férteis para produzir uma pseudo-gasolina "verde", para encher os tanques dos carros - em vez de comida para encher o estômago dos famintos da terra.
CA - Quem seriam os principais agentes na luta por uma sociedade mais verde, o governo, a iniciativa privada, ONGs, movimentos sociais, enfim?
ML - Salvo pouquíssimas exceções, não há muito a esperar dos governos e da iniciativa privada: nos últimos 20 anos, desde a Rio-92, demonstraram amplamente sua incapacidade de enfrentar os desafios da crise ecológica. Não se trata só de má-vontade, cupidez, corrupção, ignorância e cegueira: tudo isto existe, mas o problema é mais profundo: é o próprio sistema que é incompatível com as radicais e urgentes transformações necessárias.
A única esperança então são os movimentos socais e aquelas ONGs que são ligadas a estes movimentos (outras são simples "conselheiros verdes" do capital). O movimento camponês - Via Campesina -, os movimentos indígenas e os movimentos de mulheres estão na primeira linha deste combate; mas também participam, em muitos países, os sindicatos, as redes ecológicas, a juventude escolar, os intelectuais, várias correntes da esquerda. O Fórum Social Mundial é uma das manifestações desta convergência na luta por um "outro mundo possível", onde o ar, a água, a vida, deixarão de ser mercadorias.
CA - Como você analisa a maneira como a questão ambiental vem sendo tratada pela mídia?
ML - Geralmente de maneira superficial, mas existe um número considerável de jornalistas com sensibilidade ecológica, tanto na mídia dominante como nos meios de comunicação alternativos. Infelizmente uma parte importante da mídia ignora os combates sócio-ecológicos e toda crítica radical ao sistema.
CA - Você acredita que, atualmente, em prol da preservação do meio ambiente é deixada apenas para o cidadão a responsabilidade pela destruição do planeta e não para as empresas? Em São Paulo, por exemplo, temos que comprar sacolinhas plásticas biodegradáveis, enquanto as empresas se utilizam do fato de serem supostamente "verdes" como ferramenta de marketing.
ML - Concordo com esta crítica. Os responsáveis do desastre ambiental tratam de culpabilizar os cidadãos e criam a ilusão de que bastaria que os indivíduos tivessem comportamentos mais ecológicos para resolver o problema. Com isso tratam de evitar que as pessoas coloquem em questão o sistema capitalista, principal responsável da crise ecológica. Claro, é importante que cada indivíduo aja de forma a reduzir a poluição, por exemplo, preferindo os transportes coletivos ao carro individual. Mas sem transformações macro-econômicas, ao nível do aparelho de produção, não será possível brecar a corrida ao abismo.
CA - Quais as diferenças nas propostas que querem, do ponto de vista ambiental, realizar apenas reformas no capitalismo e as que propõem mudanças estruturais ou mesmo a adoção de medidas mais "verdes" dentro de outro sistema econômico?
ML - O reformismo "verde" aceita as regras da "economia de mercado", isto é, do capitalismo; busca soluções que seja aceitáveis, ou compatíveis, com os interesses de rentabilidade, lucro rápido, competitividade no mercado e "crescimento" ilimitado das oligarquias capitalistas. Isto não quer dizer que os partidários de uma alternativa radical, como o ecossocialismo, não lutam por reformas que permitam limitar o estrago: proibição dos transgênicos, abandono da energia nuclear, desenvolvimento das energias alternativas, defesa de uma floresta tropical contra multinacionais do petróleo (Parque Yasuni!), expansão e gratuidade dos transportes coletivos, transferência do transporte de mercadorias do caminhão para o trem, etc. O objetivo do ecossocialismo é o de uma transformação radical, a transição para um novo modelo de civilização, baseado em valores de solidariedade, democracia participativa, preservação do meio ambiente. Mas a luta pelo ecossocialismo começa aqui e agora, em todas as lutas sócio-ecológicas concretas que se enfrentam, de uma forma ou de outra, com o sistema.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
A Amazônia morre e os jornais não veem
Dados preliminares sobre o desmatamento foram vistos como “boa notícia”, mas só mostram que o tumor causou a amputação de parte menor. A Amazônia tem câncer e a opinião pública brasileira não sabe por que a imprensa está míope. Nos últimos dias, dados preliminares de desmatamento da região foram anunciados como “boa notícia” ao mostrar que a destruição reduziu velocidade, quando apenas querem dizer (se comprovados) que o tumor causou a amputação de parte menor do corpo.
Enquanto governo e imprensa fazem festa, o paciente morre. Procedimentos essenciais do jornalismo determinam a desinformação sobre o desaparecimento da maior floresta do mundo. Um exemplo: no dia 16/10, a Folha deu manchete para um inédito levantamento de todas as obras de infraestrutura do PAC para a Amazônia. A reportagem saiu em “Mercado” e pela primeira vez foi possível ver que está em curso uma série de obras com dinheiro da União que, tantas sendo, não podem ser benignas numa floresta atacada há 40 anos. Mas, como o jornal é dividido em editorias e as notícias devem se submeter a elas, a mesma edição do jornal revelava na editoria “Ciência”, páginas distante, que o “país faz mais obras mas diminui gasto com conservação”.
A separação das notícias tira do leitor a capacidade de entender fatos complexos, como o atual processo de destruição da Amazônia. O fracionamento faz com que a tramitação do Código Florestal no Congresso seja tratada em páginas de política; obras de infraestrutura na Amazônia, em economia; o ritmo da devastação florestal, em ciência; as mudanças dramáticas no clima amazônico, em meteorologia.
Estabilizar o desmatamento
O ineditismo do levantamento da Folha é prova de omissão frequente da nossa imprensa: não ligar notícias de um dia com o passado. No caso das obras na Amazônia, os jornais nunca somam o impacto de obras já inauguradas com as que são anunciadas. O governo se aproveita da miopia: jamais anuncia dois projetos ao mesmo tempo, diluindo o impacto de cada um. O próprio índice percentual de destruição total da floresta (estimado pelo Inpe pela análise de fotos de satélites do programa Prodes) é tema de confusão. O órgão divulga a cada ano quatro levantamentos de satélites diferentes, com dados às vezes contraditórios. Neste ano, os alertas de incêndio e desmatamento dos programas Deter e Degrad indicaram um aumento da degradação, mas os dados preliminares de desmatamento total revelam redução da velocidade de destruição.
Dois defeitos se repetem anualmente na divulgação dos dados do Inpe: (a) ao divulgar percentuais, o instituto esconde a soma dos valores absolutos de desmatamento já acumulado; (b) o noticiário não junta os dados dos programas que medem destruição total (Prodes) e degradação grave (Deter e Degrad), que poderiam revelar à opinião pública o ritmo assombroso da destruição da Amazônia. Quanto ao primeiro defeito: segundo o Inpe, o desmatamento acumulado das áreas ocupadas por floresta em 1988 é de 18% (ou seja, quase 1/5 da maior floresta do mundo sumiu em 23 anos)! A segunda questão é mais dramática: a cada hectare inteiramente desmatado, outro sofre degradação irreversível.
Ou seja, em 23 anos, o processo de destruição da floresta (desmatamento total e degradação grave) já amputou cerca de 35% da floresta, aproximando-se da previsão, que parecia apocalíptica nos anos 1980, de que a floresta amazônica poderia desaparecer em 50 anos.
A confusão de índices de desmatamento é semelhante à cobertura da inflação anos atrás: em 1989, uma redução da alta de preços de 80% para 20% seria notícia boa se o índice tendesse a zero, o que se deu com o Plano Real, em 1994. Já a destruição da Amazônia não tem Plano Real à vista: o governo federal quer estabilizar o desmatamento em 5 mil km²/ano, área de três cidades de São Paulo.
Assim, de “boa notícia” em “boa notícia”, a floresta morre.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Índios isolados são identificados em área de impacto das hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio na Amazônia
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Os últimos exploradores de ouro



(...) Ali, escavado na terra, se abre uma enorme cratera que ocupa um quadrado de 100 a 300 metros. Cinquenta mil garimpeiros, com picaretas, pás e sacos para transportar a terra são donos do grande formigueiro. Um exército de corpos molhados, cobertos por terra com pequenos sacos atados a cabeça esmagando seu cangote, se move desajeitadamente pelo coração da mina. Cada um deve percorrer 400 metros carregando em média com 30 a 60 quilos sobre seus ombros (...). A história de Serra Pelada é uma alucinação. Arrebatados pela febre do ouro, 50.000 mil homens - sem mulheres e sem álcool – se projetam na selva brasileira. Comparecem a chamada de uma pepita de ouro descoberto em 1980. Isolados do mundo, a 100 quilômetros de distância de Marabá, a cidade mais próxima, guardados por três diferentes policias, trabalham durante seis horas diárias até cair esgotados pelo esforço (...). Vista de cima, a mina é uma imensa escada sem direção que foi se formando pela força da competência. Cada concessão, cada sonho de encontrar ouro, se esconde em um minúsculo quadrado de terreno de três por dois metros (...). Não são escravos, ainda que seu aspecto sugira. São homens que investiram sua fortuna para alugar por um ano uma concessão, ou trabalhadores que esperam encontrar sua pepita no saco de terra que quando termine seu contrato recebam como presente (...). Nas ladeiras de serra pelada, que agora permanecem em silêncio, restou coberto por lama as ilusões de quem se atreveu a baixar aos infernos em busca de sua fortuna (...). A vida em serra pelada não é fácil, rodeado por três diferentes policiais, submetidos ao isolamento e a tensão, exposto ao risco de qualquer deslizamento, os garimpeiros convivem com a morte.
O jornal El País está com um especial de aniversário pelos seus 35 anos e para comemorar selecionou 35 reportagens que fizeram parte da sua história. Entre elas está “ Los últimos buscadores de oro” que foi publicada em 1989 que trata da exploração do garimpo de Serra Pelada no Pará. A história de Serra Pelada também faz parte da história da Amazônia. A corrida moderna pelo ouro. As fotos da reportagem pertencem ao prestigiado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Que retratou por vários continentes os problemas sociais.
Traduzi parte da reportagem para o português. Quem quiser ler na íntegra a reportagem de Alberto Anaut é só acessar “ Los últimos buscadores de oro” no site do jornal El País.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Prêmio Esso de Telejornalismo 2011 - Transamazônica, a estrada sem fim
A Rede Record ganhou o Prêmio Esso de Telejornalismo 2011 com a reportagem Especial 40 anos -- Transamazônica, a estrada sem fim. A série é excelente e mostra os impactos sociais e ambientais que essa estrada que corta parte da Amazônia causou e ainda causa na vida dos amazônidas.
O trabalho foi produzido pela equipe formada pelos jornalistas Gustavo Costa, André Tal, Cátia Mazin e Rodrigo Bettio. O prêmio é considerado o maior do jornalismo brasileiro.
A equipe percorreu 5.000 quilômetros em 28 dias, em plena floresta Amazônica, para produzir a reportagem. O especial aborda o início da construção da estrada, na década de 1970, em pleno regime militar, até os dias de hoje.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Cientistas criticam novo Código Florestal
No documento, a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências) dirão que as áreas de preservação permanente, como matas em margens de rio, não podem ser alteradas.
A flexibilização dessas áreas está prevista no texto que segue em análise na Câmara dos Deputados.
Na verdade, continuam os especialistas, a lei atual dá a elas menos proteção do que elas precisam hoje. Essa proteção apenas diminuiria.
De acordo com os cientistas, tanto essas áreas quanto as reservas legais precisariam ser mantidas e recompostas para o bem da própria atividade agrícola.
Isso porque culturas como o café, soja e maracujá, por exemplo, dependem de 40% a 100% dos polinizadores que se abrigam nesses locais.
Os cientistas dirão também que o Brasil tem terras de sobra para a expansão da agropecuária, bastando para isso mudar a política agrícola, e que também é possível recuperar as áreas desmatadas de forma irregular. (Fonte: Claudio Angelo/ Folha.com)
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Cuiabá sedia 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
Entre os objetivos do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental estão a contribuição para o debate entre desenvolvimento e meio ambiente, qualificação profissional na construção de pautas sobre a temática ambiental, apuração de informações e produção de conteúdos jornalísticos. Além disso, espera-se estimular o diálogo entre imprensa, empresas, governos, ONGs e movimentos sociais frente a questões ambientais, bem como incentivar a participação de estudantes e profissionais de Comunicação, em particular de Jornalismo, para a pesquisa e produção acadêmica na área ambiental. Para o jornalista André Alves, um dos organizadores do evento, trazer a edição do Congresso para Mato Grosso é um reconhecimento do amadurecimento da questão ambiental e do jornalismo especializado no Estado. “A nossa expectativa com a realização de um evento deste porte é mostrar a importância da qualificação profissional na cobertura ambiental, algo que nós já estamos fazendo mas que podemos e devemos dialogar com outras experiências”, pondera.
O 3º CBJA é voltado para jornalistas, estudantes e profissionais voltados a área de jornalismo. A expectativa é de trazer entre 300 a 500 congressistas, divididos entre jornalistas de diferentes regiões do país e da América Latina,que atuam na grande imprensa, assessorias, imprensa especializada, a imprensa alternativa, do terceiro setor, produtores independentes e academia. Espera-se que uma quantidade significativa de estudantes do ensino superior participe e por isso uma programação específica, com apresentação de trabalhos científicos está sendo montada com uma comissão que agrega várias universidades do Brasil.
A participação de profissionais de comunicação, stakeholders e líderes de ONGs e movimentos sociais está sendo estimulada não somente em oficinas como também nas principais discussões, visando garantir um debate aprofundado entre a imprensa e o intercâmbio de experiências. “Mato Grosso e Amazônia como um todo é muito mais do que desmatamento e belezas cênicas. Existe um leque muito grande de importantes pautas de interesse nacional e internacional que precisa ser enriquecido”, finaliza.
Mais informações http://www.cbja2010.org.br/
sábado, 25 de julho de 2009
A importância da discussão sobre o complexo hidrelétrico do rio Madeira no meio jornalístico
O papel dos jornalistas de serem ativos e participativos ajudando na formação da opinião ou de serem neutros puramente informativos até hoje e alvo de muita discussão entre os teóricos da comunicação. Esta discussão vem à tona em um momento muito propicio da qual esta passando o Estado de Rondônia com a construção das hidrelétricas do rio Madeira de Jirau e Santo Antônio.
É obvio que os meios de comunicação ainda são muitos neutros e passivos quantos a este assunto que está muito em foco no momento ou então estão filiadas ao “pró - desenvolvimento” que defendem estes empreendimentos como única saída para o desenvolvimento do Estado custe o que custar. O complexo hidrelétrico do rio Madeira é a maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na qual o governo federal vê como única solução para resolver a questão energética no Brasil. O que acaba gerando um impasse entre os desenvolvimentistas e os preservacionistas.
O que se precisa neste momento é de um jornalismo sério, onde ao mesmo tempo em que informe mostre os prós e contras e traga a notícia contextualizada mostrando as vantagens e as desvantagens deste grande empreendimento para a vida das pessoas, para a cidade, para a economia e para a natureza.
O jornalismo também tem que ser intervencionista no caso de achar elementos que vão contra as usinas, uma vez que já terá um grande impacto sócio-ambiental. Sempre levando em conta o profissionalismo e o respeito aos seus leitores, telespectadores, internautas e ouvintes. O profissional tem sempre que ter em mente o serviço vital que presta a sociedade e saber lidar com cautela com os grupos de pressões e de interesses da qual já cerceiam de alguma forma a informação nos meios de comunicação e que aparecem aos montes atrás de alguma vantagem que o empreendimento trará.
O jornalismo tem que seguir alguns princípios que algumas vezes vão divergir destes grupos de pressões neste sentido Heródoto Barbeiro diz que o jornalista deve sempre dizer a verdade e resistir a todas as pressões que possam desviá-lo desse rumo, não poderá nunca guardar para si uma informação de interesse público, deverá ir além buscar dos dois ou mais lados da noticia, é preciso investigar, apurar e checar. Também vale a pena citar a lição proposta por Cláudio Abramo de que o jornalismo e a pratica diária da inteligência e a pratica cotidiana do caráter.
É de extrema urgência então que temas ligados às hidrelétricas apareçam com mais freqüências e mais contextualizados trazendo uma pluralidade de vozes como de especialistas, dos empreendedores, da população da cidade, dos governantes e também dos que serão diretamente afetados os ribeirinha. As dúvidas da população acerca destas grandes obras do governo federal ainda são muitas. O meio jornalístico poderia resolver em grande parte se pautasse mais assuntos relacionados ao tema, acompanhando de perto cada passo desse processo para que não ocorram erros do passado, como exemplo os expropriados que muitas vezes tiveram que sair sem receber as devidas indenizações.
Neste cenário que se discute cada vez mais os rumos da Amazônia é de extrema urgência que as redações estejam mais presentes conferindo de perto as obras que são propostas para a região, não só informando mais mesmo se preciso denunciando e trazendo propostas e perspectivas para que realmente se possa implantar o tão falado desenvolvimento sustentável no sentido literal da palavra.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Prorrogadas as inscrições para trabalhos científicos no Congresso de Jornalismo Ambiental

Os interessados podem encaminhar suas propostas para o e-mail cientifica@cbja2009.org.br, até 25 de julho. Os resultados serão divulgados a partir de agosto de 2009. O edital e o modelo de formulário de inscrição (template) da Mostra Científica estão disponíveis para download no final desta página.Os participantes aprovados para apresentação dos trabalhos devem fazer a inscrição no Congresso e terão desconto de 50%. Para os participantes com trabalhos selecionados, o custo da inscrição até 15 de setembro é de R$ 50 e, após essa data, R$ 60.
Nesta terceira edição, o NEM (Núcleo de Ecomunicadores dos Matos) traz o congresso para Mato Grosso. A proposta central do evento é fazer análises sobre a suposta dicotomia entre desenvolvimento e meio ambiente, do ponto de vista jornalístico. Além das conferências e da Mostra Científica, a programação do Congresso conta com Mostra de Vídeo Ambiental, oficinas, minicursos e mesas redondas.
Os objetivos do III Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental são:
- Contribuir para o debate entre desenvolvimento e meio ambiente, tendo em vista grandes obras de infra-estrutura pensadas e em implementação no Brasil e América Latina, qualificação profissional na construção de pautas sobre a temática ambiental, apuração de informações e produção de conteúdos jornalísticos;- Estimular o diálogo entre imprensa, empresas, governos, ONGs e movimentos sociais frente às questões ambientais;- Estimular estudantes e profissionais de Comunicação, em particular de Jornalismo, para a pesquisa e produção acadêmica na área ambiental;- Possibilitar à sociedade o contato com importantes temas da realidade ambiental do país e do mundo.
O público esperado para o congresso é de jornalistas, estudantes, comunicadores e outros interessados. A expectativa é de trazer entre 300 a 500 congressistas, divididos entre jornalistas de diferentes regiões do país e da América Latina, que atuam na grande imprensa, assessorias, imprensa especializada, a imprensa alternativa, do terceiro setor, produtores independentes e academia.
A participação de profissionais de comunicação, stakeholders e líderes de ONGs e movimentos sociais está sendo estimulada não somente em oficinas e mostras fotografias e de vídeo como também nas principais discussões, visando garantir um debate aprofundado entre a imprensa e o intercâmbio de experiências.
O evento conta com apoio institucional do Sindjor/MT (Sindicato de Jornalistas de Mato Grosso), ICV (Instituto Centro de Vida), Formad (Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento), Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul, EcoAgência de Notícias (RS) e Agência Envolverde (SP), além de ter a Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental como co-organizadora.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Dicas para jornalistas ambientais
• Novos públicos
• Novas audiências
• Alertas públicos sobre problemas ambientais
Notícias sobre o meio ambiente antes só eram pautadas quando era de derrotas, ou seja, alguma agressão muito grave ao meio ambiente. Essa tendência começa a mudar com a agenda positiva.
O jornalismo ambiental tem que ser parcial (sempre em favor do meio ambiente).
Para ser um jornalista ambiental algumas dicas são importantes.
• É necessário ter parâmetros, conteúdo, base para fazer a pesquisa;
• Você tem que saber o que está falando o que está perguntando, qual o propósito da matéria;
• Ser parcial, assumir um lado em favor do ambiente e da boa qualidade de vida. Mas é claro sem perder o foco jornalístico de informar.
• Contato com fontes ligadas ao meio ambiente e a pesquisa; universidades, centros de pesquisas, organizações não governamentais – ONGs, biólogos, etc;
• É imprescindível a leitura de arquivos, matérias, revistas, cientificas, relatórios, entre outros;
• O feriado é sempre bom para emplacar pauta “para burlar a resistência usar a persistência”;
• É importante frisar que quando as matérias forem baseadas em relatórios, é importante ler a integra e não fazer apenas baseado em release;
• É importante o jornalista ambiental quando ao fazer uma matéria saber o que perguntar e por que está perguntando. O que está acontecendo e o que se pode fazer, e o que já está sendo feito;
• Sempre trabalhando também com a agenda positiva (usar boas práticas) para minimizar as conseqüências;
• Traduzir o que o técnico fala para uma linguagem que o publico possa entender. Lembrando que cada um tem sua função;
“Para cada minuto que perdemos organizando as coisas, ganhamos uma hora”.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Jornalismo Ambiental
Hoje o jornalismo ambiental ainda engatinha, ou seja, é muito incipiente no Brasil. Destaca-se neste cenário as mídias alternativas como a internet que já possuem um maior espaço. As mídias ambientais da web têm cumprido um papel importante, mas ainda atingem pessoas já despertas ou conscientizadas e comprometidas com a temática.
As universidades e faculdades ainda não acordaram para a formação da área na graduação ou pós-graduação o que deve mudar nos próximos anos.
Não se pode praticar jornalismo ambiental sem compromisso, apostando numa pretensa objetividade. É importante se quisermos efetivamente trabalhar para soluções dos problemas perceber conexões entre meio ambiente, a política, a economia, a cultura, a saúde e a sociedade e o que diz o jornalista Wilson da Consta Bueno. Ele não pode ficar em cima do muro ele deve tomar partido afinal o mundo esta sendo destruído e há muito a ser denunciado como a farsa do desmatamento que continua a crescer a cada dia.
É importante o jornalista que quiser trabalhar nesta área saber trabalhar conceitos, por exemplo, explicar que plantação de eucalipto não é floreta e nunca será por que afronta a biodiversidade; Mineradoras não produzem minérios apenas os extraem; Agrotóxico não é remédio para planta que os transgênicos usam pesticidas e muito. O jornalista precisa esclarecer a população sobre o misto de conceitos como sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, agrotóxicos, transgênicos entre outros todos que são mal trabalhados pela mídia outro fator que contribui também pra a desinformação e que a educação ambiental não ganhou a dimensão devida.
Uma alternativa para superar esses o jornalismo ambiental se desenvolver mais seria os meios de comunicação abrir mais as pautas, ouvir as ONGs, conversar com os cidadãos, colocar o pé na estrada e ver o que esta acontecendo com as florestas, com o cerrado, o mar, os rios. Afinal jornalismo ambiental de gabinete não funciona.
O jornalista André Trigueiro é hoje um dos maiores nomes do jornalismo ambiental, segundo ele a mídia ainda esta sensibilizada para os assuntos ambientais é invariavelmente determinadas por circunstâncias trágicas, como vazamentos de óleo, enchentes, estiagem, queimadas, furacões, terremotos, entre outros que é claro merecem destaque no noticiário, mas que ainda falta pautar mais no noticiário os desafios que temos pela frente com relação ao aquecimento global, escassez dos recursos hídricos, destruição voraz da biodiversidade, multiplicação do volume de lixo. “Somos analfabetos ambientais” comenta.
Pensar jornalismo ambiental nos dias de hoje e cada vez mais pertinente já que o modelo de desenvolvimento ultrapassado, predatório e injusto. O jornalismo pode ajudar neste ponto de propor modelos ecologicamente correto. E mostrar que este assunto está mais presente na vida dos brasileiros do que nunca. Muito já foi feito para a mudança de paradigmas ligados a destruição como o Rio + 10, Agenda 21, protocolo de Kioto entre outros. O jornalismo que ainda aparece timidamente nos noticiário tem tudo par crescer nos próximos anos e ganhar mais destaque e reconhecimento que tanto merece.