O papel dos jornalistas de serem ativos e participativos ajudando na formação da opinião ou de serem neutros puramente informativos até hoje e alvo de muita discussão entre os teóricos da comunicação. Esta discussão vem à tona em um momento muito propicio da qual esta passando o Estado de Rondônia com a construção das hidrelétricas do rio Madeira de Jirau e Santo Antônio.
É obvio que os meios de comunicação ainda são muitos neutros e passivos quantos a este assunto que está muito em foco no momento ou então estão filiadas ao “pró - desenvolvimento” que defendem estes empreendimentos como única saída para o desenvolvimento do Estado custe o que custar. O complexo hidrelétrico do rio Madeira é a maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na qual o governo federal vê como única solução para resolver a questão energética no Brasil. O que acaba gerando um impasse entre os desenvolvimentistas e os preservacionistas.
O que se precisa neste momento é de um jornalismo sério, onde ao mesmo tempo em que informe mostre os prós e contras e traga a notícia contextualizada mostrando as vantagens e as desvantagens deste grande empreendimento para a vida das pessoas, para a cidade, para a economia e para a natureza.
O jornalismo também tem que ser intervencionista no caso de achar elementos que vão contra as usinas, uma vez que já terá um grande impacto sócio-ambiental. Sempre levando em conta o profissionalismo e o respeito aos seus leitores, telespectadores, internautas e ouvintes. O profissional tem sempre que ter em mente o serviço vital que presta a sociedade e saber lidar com cautela com os grupos de pressões e de interesses da qual já cerceiam de alguma forma a informação nos meios de comunicação e que aparecem aos montes atrás de alguma vantagem que o empreendimento trará.
O jornalismo tem que seguir alguns princípios que algumas vezes vão divergir destes grupos de pressões neste sentido Heródoto Barbeiro diz que o jornalista deve sempre dizer a verdade e resistir a todas as pressões que possam desviá-lo desse rumo, não poderá nunca guardar para si uma informação de interesse público, deverá ir além buscar dos dois ou mais lados da noticia, é preciso investigar, apurar e checar. Também vale a pena citar a lição proposta por Cláudio Abramo de que o jornalismo e a pratica diária da inteligência e a pratica cotidiana do caráter.
É de extrema urgência então que temas ligados às hidrelétricas apareçam com mais freqüências e mais contextualizados trazendo uma pluralidade de vozes como de especialistas, dos empreendedores, da população da cidade, dos governantes e também dos que serão diretamente afetados os ribeirinha. As dúvidas da população acerca destas grandes obras do governo federal ainda são muitas. O meio jornalístico poderia resolver em grande parte se pautasse mais assuntos relacionados ao tema, acompanhando de perto cada passo desse processo para que não ocorram erros do passado, como exemplo os expropriados que muitas vezes tiveram que sair sem receber as devidas indenizações.
Neste cenário que se discute cada vez mais os rumos da Amazônia é de extrema urgência que as redações estejam mais presentes conferindo de perto as obras que são propostas para a região, não só informando mais mesmo se preciso denunciando e trazendo propostas e perspectivas para que realmente se possa implantar o tão falado desenvolvimento sustentável no sentido literal da palavra.
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