O diretor-presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, disse acreditar que “dificilmente” o empreendimento da usina de Belo Monte “terá condições de rentabilidade adequadas” ao volume de investimento necessário para tocar o projeto. A estimativa considera a tarifa de R$ 78 por megawatt proposta pelo consórcio vencedor do leilão.
“Fizemos uma avaliação muito longa desse investimento. E não entendemos que é possível ter uma taxa de retorno adequada, compatível com o risco desse projeto, com a tarifa teto [estabelecida pelo governo antes do leilão em R$ 82 por MW/h]. Essa é a razão de não teremos participado [do leilão]“, disse Ferreira Júnior, após proferir palestra no seminário Brazil Infrastructure Summit, promovido pelos jornais “Valor Econômico” e “Financial Times”, no Rio.
Segundo o executivo, os estudos da empresa não conseguiram “demostrar a efetividade” do projeto nem o retorno para os acionistas, premissas básicas do Conselho de Administração a companhia para a aprovação de novos investimentos.
Ferreira Júnior afirmou ainda que, “sem dúvida”, a usina só sairá do papel em razão da participação da União. O consórcio vencedor é liderado pela estatal federal Chesf, e o BNDES financiará até 80% do custo do empreendimento. Fundos de pensão de estatais negociam ainda o ingresso no grupo de acionistas controladores da usina, desde a definição do leilão, no final de abril.
Para o executivo, “uma obra de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões” necessita da “parceria” entre Estado e setor privado para diluir o risco do investimento.
Terceira maior geradora privada do país, a CPFL investiu R$ 8 bilhões nos últimos oito anos e conta com usinas com 2.500 MW de capacidade de geração de energia.
Sua meta é investir mais R$ 800 milhões ao ano no setor nos próximos cinco anos e ultrapassar a AES, segunda empresa no país em capacidade de geração. A líder, entre as privadas, é e franco-belga Suez. (Fonte: Folha Online)
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