O desenvolvimento econômico da Amazônia aliado à proteção ambiental da floresta é um dos grandes desafios do Brasil, segundo reportagem publicada nesta quinta-feira (5) pelo jornal britânico The Guardian.
Comentando a construção da ponte Manaus-Iranduba, que atravessa o rio Negro ligando a capital do Amazonas à selva e ao resto da região, o jornal afirma que novas “auto-estradas e oleodutos permitem acesso às vastas riquezas naturais do Brasil, mas ameaçam a maior floresta tropical do mundo”.
“A enorme estrutura simboliza o crescente desenvolvimento no coração da maior floresta tropical do mundo e vai trazer as tão necessárias oportunidades econômicas para aqueles que vivem na outra margem”, diz o Guardian.
Mas segundo o diário, ambientalistas temem que a ponte, em conjunto com novas auto-estradas e oleodutos, além do aumento da população local, cause ainda mais destruição na floresta.
O jornal mapeia os recentes avanços em termos de conexão na Amazônia, citando a BR-319, que vai ligar Manaus a Porto Velho, e os oleodutos planejados pela Petrobras entre Porto Velho e Manaus, passando por Urucu, Iranduba e Manacapuru.
Segundo a reportagem, apesar da aprovação dos moradores e políticos locais, “a questão para ambientalistas, cientistas e ativistas é se todas essas riquezas podem ser distribuídas mantendo as árvores centenárias da Amazônia de pé”.
“Sua perda contínua levaria a mudanças climáticas e privaria o mundo de seu mais diverso estoque de vida animal e de plantas.” Estradas Estima-se que, na última década, 75% do desmatamento da Amazônia tenha ocorrido a um raio de 45 quilômetros das estradas locais, que garantem o acesso das madeireiras, diz o jornal.
A destruição da floresta, no entanto, caiu dramaticamente desde seu ápice, em 2004, até 2009, quando estava 75% mais baixa.
“Mas é difícil determinar se a queda se deve ao aumento do monitoramento do governo – o que significa que o desmatamento está sob controle permanente – ou às flutuações no preço da soja e da carne, à valorização do real, ou ao aumento de produtividade nas áreas já desmatadas.” Para o Guardian, as mudanças propostas no código florestal a serem votadas ainda este ano, que poderiam aumentar enormemente a proporção de terras que os proprietários poderiam desmatar legalmente, ameaçariam a região.
“A tensão entre o desenvolvimento econômico e a proteção de um recurso global é um grande desafio para o Brasil, um enorme país com grande diferença entre ricos e pobres e extensa corrupção a níveis local e nacional”, afirma o jornal, para quem a maior esperança para a preservação da floresta amazônica é o esquema de créditos de carbono conhecido como REDD, atualmente em negociação na ONU. (Fonte: UOL Notícias)
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