Recebi este este poema do meu amigo Montezuma Cruz da Agência Amazônia de Notícias ele retrata bem a beleza do pôr do Sol no rio Madeira em Porto Velho - Rondônia. Por outro lado também nos leva a refletir o processo de degradação que a Amazônia vem sofrendo. Compartilho com vocês.
Do outro lado do rio
É vermelho e grande
Longínquo
No infinito opaco
Da fumaça que se levanta
Na terra queimada
Pela ganância
De quem, enriquecendo
A empobrece
O sol de Porto Velho
É uma prece
E quando pára
No oceano de névoa
Do ocaso, impasse
Estático de tempo
No espaço
Parece que não desce
Quer ficar na terra
O escarlate sol de Porto Velho
De todo fim de tarde
Quando pára
É porque espera
Um carinho, um aceno
Calado do apito do trem
Que nunca vem
O sol de Porto Velho
Fica noite adentro
Espanta-se com a mudança
Das pessoas
Que perderam
O hábito de admirá-lo
E à mata
Não concebe o que fazem
À floresta
A cada dia, semana
Mês ou ano que se passa
E a vontade que tem
É de afastar-se para longe
Das serras e machados
O lindo sol escarlate
Que no fim de tarde
Paira do outro lado do rio
Enfeitado de barcos, balsas
E madeiras flutuantes
É quem faz crescer a selva
Sua amada
Através da bruma seca
Olha à cidade
De esguelha
E num apelo triste
Pede às migalhas
Da espécie humana,
Homens e mulheres
Que se comportem
E não matem
Nem desmatem
A alma viva
Da paisagem
Não a transformem
Em natureza morta
O sol de Porto Velho
Do outro lado do rio
Imenso, parado
Olha nos olhos a alma
E as verdades
De cada um
Que as águas do Madeira
Levam para lavá-las
E perdê-las no mar azul
Aproveitem hoje
E ao pôr-se o sol em Porto Velho
Lembrem-se de que
Igual não há
No mundo
Talvani Guedes da Fonseca
É vermelho e grande
Longínquo
No infinito opaco
Da fumaça que se levanta
Na terra queimada
Pela ganância
De quem, enriquecendo
A empobrece
O sol de Porto Velho
É uma prece
E quando pára
No oceano de névoa
Do ocaso, impasse
Estático de tempo
No espaço
Parece que não desce
Quer ficar na terra
O escarlate sol de Porto Velho
De todo fim de tarde
Quando pára
É porque espera
Um carinho, um aceno
Calado do apito do trem
Que nunca vem
O sol de Porto Velho
Fica noite adentro
Espanta-se com a mudança
Das pessoas
Que perderam
O hábito de admirá-lo
E à mata
Não concebe o que fazem
À floresta
A cada dia, semana
Mês ou ano que se passa
E a vontade que tem
É de afastar-se para longe
Das serras e machados
O lindo sol escarlate
Que no fim de tarde
Paira do outro lado do rio
Enfeitado de barcos, balsas
E madeiras flutuantes
É quem faz crescer a selva
Sua amada
Através da bruma seca
Olha à cidade
De esguelha
E num apelo triste
Pede às migalhas
Da espécie humana,
Homens e mulheres
Que se comportem
E não matem
Nem desmatem
A alma viva
Da paisagem
Não a transformem
Em natureza morta
O sol de Porto Velho
Do outro lado do rio
Imenso, parado
Olha nos olhos a alma
E as verdades
De cada um
Que as águas do Madeira
Levam para lavá-las
E perdê-las no mar azul
Aproveitem hoje
E ao pôr-se o sol em Porto Velho
Lembrem-se de que
Igual não há
No mundo
Talvani Guedes da Fonseca
O autor é jornalista e atualmente mora em Natal (RN), sua terra. Foi um dos primeiros repórteres e redatores da revista "Veja" (em São Paulo). Chefiou a sucursal do Recife. Foi repórter especial do Jornal do Brasil. Também chefiou a sucursal da extinta Empresa Brasileira de Notícias em Porto Velho.
Aureni, o amigo Talvani é cobra de raça, rara, jornalista e poeta. Inteligência, talento, cultura caleidoscópica, cabra produtivo e companheiro. Não nos vemos desde 1993, no Senado, em Brasília. Preciso falar com o Talvani com urgência. Você tem o e-mail ou o telefone dele para me passar? Agradeço-lhe muitíssimo se você fizer contato comigo através do meu site www.ilhaverde.net. O Marcelo Câmara.
ResponderExcluir9 de fevereiro de 2011 18:54