terça-feira, 27 de outubro de 2009

Feitiços e Afrodisíacos do amor – Uma breve história

Ao longo da história sempre foram usados artifícios para se conquistar o amor ou aumentar a potência sexual. Por meio de ervas, mezinhas, simpatias, filtros, entre outros. As crendices e as superstições populares são formas de cultura. O importante não é acreditar ou deixar de acreditar nelas. Mas é interessante analisar as suas manifestações.


A presença da feitiçaria e da magia com cunho sexual é bem freqüente no Brasil, como relata Gilberto Freire em Casa Grande e Senzala. Veremos alguns exemplos: Para conservar o amante sob seu jugo precisa apenas a mulher viver com um sapo debaixo da cama, dentro de uma panela, alimentado a leite de vaca, outra é coser a boca do sapo depois de cheia de restos de comida da vítima. Também não se pode esquecer o papel importante que chegou a representar o café na magia sexual. Há mesmo no Brasil a expressão “café-mandingueiro”, mas é antes filtro amoroso que mandinga. Exemplo: coar o café em uma camisa que tenha dormido a mulher pelo menos duas noites consecutivas, este café deve ser bebido pelo homem duas vezes, uma no almoço outra no jantar. Outra é colocar três pingos da menstruação dentro café e dar para pessoa desejada, com intuito de prender a pessoa amada e torná-la mais dócil. Aliás, a camisa suja entra na composição de muitas outras mandingas de amor, entre outras coisas nojentas como: pêlos de sovaco ou das partes genitais, suor, lágrima, saliva, sangue, aparas de unha, esperma e até dejeções (fezes), o catimbozeiro sempre diz que “abranda o coração” das pessoas mais esquivas.


O uso dos afrodisíacos é muito antigo no mundo. Sempre foram muitos procurados com a função de reacender o desejo. Muitos vegetais guardam desde a antiguidade uma fama que o tempo não diminui. Como por exemplo, as plantas aromáticas: cravo–da-índia, louro, tomilho, alecrim, salva, grãos de mostarda, alho, cebola, o aipo, a cebolinha, o coentro e a hortelã. Encontrados em receitas destinadas a aumentar o vigor sexual. Na idade media há uma quantidade extraordinária de receitas afrodisíacas compostas de esperma humano ou animal, testículo de veado. Uma famosa é a raiz da mandrágora planta da qual lhe são atribuídas poderes afrodisíacos, esta só poderia ser colhida em noite de lua cheia e nascida perto de um patíbulo. É importante frissar que essas iguarias esquisitas, alguma contendo certa magia, eram recomendadas não só por charlatões, mas também por verdadeiros “sábios”, como Nostradamus, Para Celso, o Grande Alberto ou Nicolas Flamment.


O uso dos afrodisíacos em outras partes do mundo. Os árabes propagavam ainda a ação afrodisíaca de uso externo e local da hena. O chá de hortelã, ligeiramente tônico. Tornou-se entre eles bebida tradicional. Na Índia, o Kãma-sutra é rico em receitas. A China sempre teve um vivo interesse e grande engenhosidade na procura de afrodisíacos. A sopa de ninho de andorinha é famosa até nos dias de hoje.


Os anafrodisíacos são o contrário dos afrodisíacos. Tiram o prazer. Eles São numerosos e os antigos desconfiam deles. A escola de Salerme assinala os vegetais contrários ao amor: alface, cânfora, nenufar, salgueiro, lúpulo. Outros fatores prejudiciais á libido são o álcool consumido em grande quantidade e o tabaco.


As especiarias, simpatias, patuás ainda estão bem presentes nos dias de hoje, apesar de todo avanço científico como muitos medicamentos que “devolvem” o prazer. Exemplos são o que não faltam. Exemplo, na Amazônia ainda se encontra em muitos mercados “garrafadas” milagrosas que trazem o amor, ou ainda a patuás feito com a vagina do boto-fêmea ou pênis de boto, para deixar o homem ou a mulher mais irresistível. Este é um crime contra os animais. É difícil quem não conheça uma simpatia para arranjar namorado ou marido. Recorrendo muitas vezes até a santos católicos o que prova que os feitiços de amor não tem nada de profano. Exemplo pegue uma imagem de Santo Antônio, amarre uma fita vermelha e outra branca no braço da imagem. Peça que lhe dê um namorado. Pendure a imagem de cabeça para baixo sob sua cama e só desvire quando seu pedido se realizar. Ainda tem o chá de prego e o famoso ovo de codorna.


A cultura é um campo fértil para criação de crendices e superstições no imaginário popular, muitas vezes a forma encontrada para explicar a realidade que os cerca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário