sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sociedade unida no combate às mudanças climáticas

Manifestações em dez cidades pelo país marcarão neste sábado, 29 de agosto, a participação brasileira no lançamento da campanha mundial TicTacTicTac. O objetivo da campanha é conseguir 6 milhões de assinaturas até 7 de dezembro, dia em que se inicia a 15ª Conferência das Partes (COP 15) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Dessa forma, a campanha espera pressionar as lideranças governamentais a negociar acordos realmente eficazes para evitar as mudanças climáticas que ameaçam o planeta e a vida humana.

Estão previstas manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Manaus, Recife, Fortaleza e Teresina. Em algumas cidades, haverá a inauguração de relógios com contagem regressiva a partir de 100 dias — tempo que faltará para o início da COP 15.

Várias organizações de todo o mundo apóiam a campanha, como ONGs, empresas e instituições religiosas. “Era preciso criar um movimento de baixo para cima na sociedade para mudar os paradigmas econômicos e políticos que resistem às mudanças pela sustentabilidade”, afirma Rubens Born, diretor do Vitae Civilis, uma das entidades que coordena a campanha no Brasil.

A proposta da campanha TicTacTicTac tem seis pontos principais:

* Garantir que o aquecimento global ficará bem abaixo dos 2º C em relação à média histórica, estabelecendo metas e mecanismos para que, antes de 2020, comecem a decrescer as emissões globais de gases do efeito-estufa.

* Reduzir as emissões dos países desenvolvidos em pelo menos 45% até 2020, frente aos níveis de 1990.

* Estabelecer objetivos mensuráveis, verificáveis e reportáveis para redução substancial das emissões de países em desenvolvimento emergentes e em rápido crescimento econômico, viabilizados por medidas apropriadas a cada país.

* Apresentar medidas concretas de mecanismos e compromissos de aportes financeiros, para apoiar países em desenvolvimento na estabilização e posterior redução de emissões, e na sua adaptação às mudanças climáticas.

* Aprovar a criação de soluções e mecanismos de REDD (Reduções de Emissões Associadas ao Desmatamento e à Degradação Florestal), justos e aplicáveis a curto prazo.

* Promover a sustentabilidade e dignidade do desenvolvimento humano e a integridade dos processos ecológicos, mediante a transformação da economia e o fortalecimento da democracia.


Para Aron Belinky, um dos coordenadores da campanha no Brasil, “o recado principal é que ninguém pode ficar parado”. Por isso, a campanha convoca as pessoas a agir da forma como puderem, seja em pequenas atitudes no cotidiano, seja ajudando a divulgar o TicTacTicTac. Segundo Rubens Born, “se não queremos ser vítimas das mudanças climáticas, muitas pessoas não querem ser cúmplices. E o jeito de não ser cúmplice é agindo — assinando o abaixo-assinado, fazendo pequenas coisas no seu dia-a-dia, pressionando o governo”.

O Instituto Akatu é um dos apoiadores da campanha. Para Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu, “somente a pressão da sociedade civil sobre o governo vai garantir seu posicionamento na COP 15 de forma suficientemente ousada a ponto de levar às mudanças culturais, produtivas, sociais e políticas necessárias a enfrentar o maior desafio da história da humanidade”, afirma. “TicTacTicTac é a forma de fazer com que a sociedade se expresse com a força e abrangência necessária a este momento tão delicado”.

Para assinar o abaixo-assinado, clique aqui.

Para o Instituto Akatu, nosso estilo de vida é o motor principal do aquecimento global. Por isso, cada um de nós é parte do problema e pode ser parte da sua solução. Veja nestas dez sugestões do Akatu como você pode mudar a sua forma de consumir e, com isso, contribuir significativamente para combater as mudanças climáticas.

1. Diminuir o consumo de carne e leite de origem bovina


O que isso tem a ver...

Em seu processo de digestão, bois e vacas emitem metano, um gás 21 vezes mais poderoso que o gás carbônico em termos de efeito estufa. O que surpreende é que o impacto desse processo é maior do que a totalidade das emissões provocadas por todas as formas de transporte no mundo.

Que tal...

repensar sua dieta substituindo a carne e derivados de leite de origem bovina por outras fontes de proteína, como grãos e outros tipos de carne? A produção de queijo e leite, por exemplo, provoca duas vezes mais emissões de gases de efeito estufa do que a produção de carne.

2. Saber de onde vem a carne

O que isso tem a ver...

A criação de gado na Amazônia é atualmente um dos principais indutores da devastação da floresta. E o desmatamento é a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa no Brasil, responsável por 55% das emissões totais.

Que tal...

procurar saber a origem da carne de boi que você consome? No supermercado ou no açougue, peça informações sobre a origem da carne, para evitar que o bife de seu prato ajude a desmatar a floresta amazônica. E dê preferência a comprar de empresas que afirmam selecionar fornecedores que não trabalham em áreas desmatadas ilegalmente.

3. Preferir produtos de madeira certificada

O que isso tem a ver...

A destruição das matas nativas é a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa no Brasil. E quase toda madeira extraída ilegalmente é vendida no próprio mercado brasileiro.

Que tal...

comprar apenas produtos feitos com madeira certificada, aqueles que têm o selo FSC, ou o de madeira de reflorestamento? Essa é a maneira mais segura de saber que você não está colaborando com o desmatamento ilegal ao comprar produtos de madeira.

4. Comprar produtos florestais sustentáveis

O que isso tem a ver...

Além de ser a principal causa de emissão de gases de efeito estufa no Brasil, o desmatamento ilegal, sobretudo na Amazônia, traz sérios prejuízos ao meio ambiente e à sociedade. Uma das formas de combatê-lo é criar alternativas de geração de emprego e renda para a população amazônica a partir do uso sustentável da floresta.

Que tal...

comprar produtos feitos pelas comunidades que vivem na floresta Amazônica? É possível encontrar, mesmo nas grandes cidades, produtos como cestos ou óleos artesanais. Há opção também de escolher produtos industrializados, como chocolates ou produtos de beleza, que usem matéria-prima extraída da floresta de forma não predatória e em parceria com as comunidades locais.

5. Usar álcool combustível e andar menos de automóvel

O que isso tem a ver...

A queima dos combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, é uma das causas do aquecimento global. Um carro pequeno a gasolina que roda trinta quilômetros por dia emite, em um ano, uma quantidade de gases de efeito estufa que precisaria de 9 árvores para ser absorvida.

Que tal...

usar cada vez menos o automóvel e mais o transporte público, a bicicleta ou mesmo ir a pé? E, se você decidir comprar um carro, escolha um modelo com motor flex fuel, usando apenas o álcool como combustível. O álcool é produzido a partir da cana-de-açúcar que, em seu processo de crescimento, absorve gás carbônico e compensa cerca de 95% do que é emitido na queima do etanol nos motores.

6. Repensar o consumo de produtos

O que isso tem a ver...

A fabricação de qualquer produto envolve extração e processamento de matéria-prima, uso de água e de energia na produção, além do gasto de combustível no transporte até as lojas. Todos esses processos causam a emissão de gases de efeito estufa.

Que tal...

repensar seu consumo antes de comprar um produto novo? Será que não dá para reaproveitar, usar por mais tempo ou procurar consertar o que está quebrado?

7. Saber quais empresas emitem menos gases de efeito estufa

O que isso tem a ver...

Muitas empresas estão procurando saber o volume de gases de efeito estufa emitido em seus processos de produção, seja nas fábricas, nos escritórios, na frota de distribuição e até mesmo nas viagens de avião de seus executivos.

Que tal...

informar-se sobre quais empresas estão fazendo essa análise e adotando práticas para reduzir a emissão de dos gases de efeito estufa,

e optar pelos produtos ou serviços dessas empresas? Você pode obter essas informações perguntando às próprias empresas, por meio do seu SAC, ou consultando seus sites.

8. Combater o desperdício

O que isso tem a ver...

Restos de comida compõem a maior parte do lixo produzido no país. Depositado nos lixões ou aterros, o lixo orgânico que apenas um brasileiro joga fora todos os dias emite, em um ano, um volume de gases de efeito estufa equivalente ao absorvido pelo crescimento de três árvores.

Que tal....

evitar o desperdício de alimentos em sua casa com ações simples, como planejar as compras e reaproveitar as sobras? Cerca de um terço dos alimentos que os brasileiros compram vai parar no lixo. Se toda a população de São Paulo eliminasse esse desperdício durante um ano inteiro, seria evitada a emissão de um volume de gases de efeito estufa equivalente ao que 25.000 carros a gasolina emitiriam dando uma volta ao mundo a cada mês desse ano.

9. Saber de onde vem a soja e seus derivados

O que isso tem a ver...

A plantação de soja tem avançado na Amazônia e no Cerrado, e muitas áreas são desmatadas ilegalmente. O desmatamento é a maior causa da emissão de gases de efeito estufa pelo Brasil.

Que tal...


saber a origem da soja ou dos derivados (como farelo ou lecitina) presentes em vários alimentos, como óleo, sucos, margarinas, chocolates, biscoitos ou ração para animais e só comprar os produtos que não tiveram origem em áreas desmatadas? Procure essa informação nos sites das empresas ou pergunte a elas pelo seu SAC.

10. Separar lixo para reciclagem

O que isso tem a ver...

Deixar de jogar no lixo materiais como papel, plástico e alumínio, reciclando-os e usando-os como matéria-prima de novos produtos, é uma das ações mais importantes no Brasil para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Além de a tecnologia da reciclagem estar disponível, isso não trará custos, e sim economia de recursos.

Que tal...

separar o lixo na sua casa e encaminhá-lo à reciclagem, incentivando a família, os amigos e os vizinhos a fazerem o mesmo? Se os brasileiros reciclassem 1/3 de todos os materiais recicláveis, a economia de energia elétrica na produção de matérias primas a partir de reciclados, e não de recursos naturais, seria suficiente para alimentar 10 milhões de casas com energia elétrica. O menor uso de energia elétrica nos processos industriais significa uma menor emissão de gases de efeito estufa. Procure também, quando possível, comprar produtos feitos com materiais reciclados ou recicláveis, ajudando assim a fortalecer esse mercado.

Por Instituto Akatu

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